Jogo Cosmic

Esta sequência didática foi produzida pelo TeHCo (Grupo de Teoria e História do Conhecimento Científico e Escolar), liderado pelo prof. Dr. Ivã Gurgel, no Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Criado em 2011, ele é composto por pesquisadores em ensino de ciências e professores de física de escolas públicas do Estado de São Paulo. Para mais detalhes sobre a pesquisa de doutorado que investigou a criação desta sequência didática pelo grupo e as visões sobre a ciência dos alunos do ensino médio de uma escola pública paulistana que jogaram o COSMIC em 2013.

Objetivo Geral

O objetivo geral da sequência é permitir aos estudantes uma compreensão mais rica sobre as formas com que a ciência se relaciona com seu contexto histórico-social. Para isso, foi criado um jogo didático, em que os alunos investigam a história da ciência no início do século XX, principalmente entre 1914 e 1939, refletindo e discutindo sobre possíveis relações entre a história política mundial e o desenvolvimento da cosmologia relativística. Neste jogo, que constitui a estrutura principal da sequência didática, os objetivos gerais são problematizar tanto a visão do cientista neutro, livre de influências ideológicas, quanto o relativismo ingênuo, a visão do cientista dominado por influências ideológicas. Queremos que os alunos vejam a ciência como uma construção humana influenciada pelo contexto histórico-social, mas não determinada por ele.

Objetivos Específicos

Como objetivos específicos, queremos que os alunos possam compreender conceitos de cosmologia, como: constante cosmológica e universo estático; expansão do universo e o desvio espectral para o vermelho; a relação entre desvio espectral e distância (conhecida como Lei de Hubble) e as diferentes interpretações para o desvio para o vermelho, percebendo que os mesmos dados podem ser interpretados de diferentes maneiras. Queremos também que eles possam refletir sobre o conceito de "descoberta" na ciência, percebendo as distorções comuns que a mídia faz sobre a criação de teorias como fruto da mente de "gênios" isolados; discutir os possíveis candidatos para a "descoberta" da expansão do universo, percebendo que a construção dessa teoria teve muitos colaboradores; entender o processo de aceitação dos artigos científicos a partir da avaliação por pares; perceber tanto a importância das observações astronômicas para a decisão de qual seria o melhor modelo cosmológico, quanto algumas influências humanas sobre a atividade científica, nas relações de poder entre cientistas, disputas de prioridade e na avaliação dos resultados obtidos.